Deputado federal eleito pelo Partido da República (PR) em São Paulo na última eleição, em 2010, escorado no slogan “Pior do que está, não fica” e admitindo em suas inserções na propaganda eleitoral gratuita que não sabia como funcionava o trabalho de um parlamentar no Congresso Nacional, o humorista Francisco Everardo Oliveira Silva, o palhaço Tiririca, foi o campeão de votos no último pleito. Com o apoio de 1.348.295 eleitores, ele foi o deputado mais votado do País e se tornou referência absoluta para o time de candidatos famosos que tradicionalmente tenta conquistar o eleitorado a cada dois anos.
Em 2012, os partidos voltam a apostar nas celebridades como potenciais “puxadores de votos” para as Câmaras de Vereadores das cidades brasileiras. O elenco conta com artistas, cantores, esportistas, ex-participantes do reality show Big Brother Brasil (BBB), humoristas e apresentadores.
Na lista dos principais nomes, estão Suellem Rocha, a Mulher Pera, candidata a vereadora pelo PTdoB em São Paulo; Cissa Chagas, a Mulher Maravilha, pelo DEM de Salvador; o humorista Charles Henrique, do Pânico, pelo PTdoB do Rio; o ex-jogadores de futebol Dinei, do PDT de São Paulo, Washington, do PDT de Caxias do Sul, e Roque Júnior, do PV de São José dos Campos; o cantor Kiko, da banda KLB, pelo PSD paulistano; os ex-BBBs Daniel Rolim, pelo PR do Recife, e Serginho “Orgastic”, pelo PSD da capital paulista; os apresentadores João Kléber, do PTB, e Luísa Mell, do PPS de São Paulo; o ator Paulo César Pereio, do PSB-SP; e até o sargento da PM Márcio Alexandre Alves, pelo PMDB do Rio. Ele é autor do tiro que abateu Wellington Menezes de Oliveira, que, em abril do ano passado, assassinou a tiros 12 crianças na escola Tasso da Silveira, em Realengo.
A quantidade de votos necessários para um vereador se eleger varia de acordo com o chamado quociente eleitoral de cada município. Esse número é obtido pela divisão do número de votos válidos (excluídos os brancos e nulos), sejam eles para o candidato ou para o partido, pelo número de vagas a serem preenchidas na Câmara Municipal. Já a divisão entre as cadeiras disponíveis e os partidos é feita pelo quociente partidário, número resultante da divisão do número de votos válidos para a mesma legenda ou coligação de legendas pelo quociente eleitoral. Esse sistema também se aplica à Câmara dos Deputados e às Assembleias Estaduais.
Em 2010, o quociente eleitoral em São Paulo foi de 304.533 votos. Dividindo-se os mais de 1,3 milhão de votos de Tiririca por esse número, chegou-se a 4,4 vagas na Câmara dos Deputados. Na prática, além de si próprio, o humorista acabou elegendo outros três colegas de coligação: Otoniel Lima (PRB), Protógenes Queiroz (PCdoB) e Vanderlei Siraque (PT). Este último teve apenas 93.314 votos e, mesmo assim, assegurou uma cadeira na Câmara graças a Tiririca. Daí o termo “puxador de votos”, muito bem atribuído ao deputado federal mais votado do Brasil em 2010.
Candidata a deputada federal por São Paulo nas últimas eleições, a dançarina e cantora Suellem Rocha, conhecida como Mulher Pera, vai se aventurar novamente nas urnas. Em 2010, ela chegou a ter a candidatura indeferida no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por conta de pendências eleitorais envolvendo sua antiga legenda, o Partido Trabalhista Nacional (PTN). Na ocasião, ela obteve 3.136 votos e não foi eleita. Em outubro, desta vez pelo Partido Trabalhista do Brasil (PTdoB), lutará por uma das 55 vagas da Câmara Municipal da capital.
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