segunda-feira, 2 de julho de 2012

Em busca do ‘fenômeno’ Tiririca, famosos disputam vaga de vereador



Deputado federal eleito pelo Partido da República (PR) em São Paulo na última eleição, em 2010, escorado no slogan “Pior do que está, não fica” e admitindo em suas inserções na propaganda eleitoral gratuita que não sabia como funcionava o trabalho de um parlamentar no Congresso Nacional, o humorista Francisco Everardo Oliveira Silva, o palhaço Tiririca, foi o campeão de votos no último pleito. Com o apoio de 1.348.295 eleitores, ele foi o deputado mais votado do País e se tornou referência absoluta para o time de candidatos famosos que tradicionalmente tenta conquistar o eleitorado a cada dois anos.
Em 2012, os partidos voltam a apostar nas celebridades como potenciais “puxadores de votos” para as Câmaras de Vereadores das cidades brasileiras. O elenco conta com artistas, cantores, esportistas, ex-participantes do reality show Big Brother Brasil (BBB), humoristas e apresentadores.
Na lista dos principais nomes, estão Suellem Rocha, a Mulher Pera, candidata a vereadora pelo PTdoB em São Paulo; Cissa Chagas, a Mulher Maravilha, pelo DEM de Salvador; o humorista Charles Henrique, do Pânico, pelo PTdoB do Rio; o ex-jogadores de futebol Dinei, do PDT de São Paulo, Washington, do PDT de Caxias do Sul, e Roque Júnior, do PV de São José dos Campos; o cantor Kiko, da banda KLB, pelo PSD paulistano; os ex-BBBs Daniel Rolim, pelo PR do Recife, e Serginho “Orgastic”, pelo PSD da capital paulista; os apresentadores João Kléber, do PTB, e Luísa Mell, do PPS de São Paulo; o ator Paulo César Pereio, do PSB-SP; e até o sargento da PM Márcio Alexandre Alves, pelo PMDB do Rio. Ele é autor do tiro que abateu Wellington Menezes de Oliveira, que, em abril do ano passado, assassinou a tiros 12 crianças na escola Tasso da Silveira, em Realengo.
A quantidade de votos necessários para um vereador se eleger varia de acordo com o chamado quociente eleitoral de cada município. Esse número é obtido pela divisão do número de votos válidos (excluídos os brancos e nulos), sejam eles para o candidato ou para o partido, pelo número de vagas a serem preenchidas na Câmara Municipal. Já a divisão entre as cadeiras disponíveis e os partidos é feita pelo quociente partidário, número resultante da divisão do número de votos válidos para a mesma legenda ou coligação de legendas pelo quociente eleitoral. Esse sistema também se aplica à Câmara dos Deputados e às Assembleias Estaduais.

Em 2010, o quociente eleitoral em São Paulo foi de 304.533 votos. Dividindo-se os mais de 1,3 milhão de votos de Tiririca por esse número, chegou-se a 4,4 vagas na Câmara dos Deputados. Na prática, além de si próprio, o humorista acabou elegendo outros três colegas de coligação: Otoniel Lima (PRB), Protógenes Queiroz (PCdoB) e Vanderlei Siraque (PT). Este último teve apenas 93.314 votos e, mesmo assim, assegurou uma cadeira na Câmara graças a Tiririca. Daí o termo “puxador de votos”, muito bem atribuído ao deputado federal mais votado do Brasil em 2010.
Candidata a deputada federal por São Paulo nas últimas eleições, a dançarina e cantora Suellem Rocha, conhecida como Mulher Pera, vai se aventurar novamente nas urnas. Em 2010, ela chegou a ter a candidatura indeferida no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por conta de pendências eleitorais envolvendo sua antiga legenda, o Partido Trabalhista Nacional (PTN). Na ocasião, ela obteve 3.136 votos e não foi eleita. Em outubro, desta vez pelo Partido Trabalhista do Brasil (PTdoB), lutará por uma das 55 vagas da Câmara Municipal da capital.

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