quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Relator descarta convocar Russomanno à CPMI do Cachoeira


Odair Cunha (PT-MG), relator da CPMI do Cachoeira, descartou nesta quarta-feira (1º) convocar o candidato à Prefeitura de São Paulo Celso Russomanno para prestar depoimento à comissão. Para o deputado, não há necessidade de fazê-lo, apesar do requerimento de Rubens Bueno (PR).
O relator ressalta que a investigação de eventuais acusações contra o ex-deputado não são competência da CPMI.
— Não há envolvimento dele com a organização criminosa. O que há é um indício de algum dinheiro ilegal no exterior. Isso deve ser investigado pelos órgãos competentes, pela PF, mas trazê-lo à CPMI por causa de uma conversa entre dois doleiros não é o caminho para produzir uma investigação e chegar à verdade.
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Segundo reportagem do jornal Correio Braziliense, o candidato é citado em interceptação telefônica de um dos investigados do caso Cachoeira. O grupo teria repassado dinheiro ao exterior em nome de Russomanno.
Celso Russomanno afirmou não ter envolvimento algum com o grupo criminoso de Cachoeira. Para o prefeiturável, a reportagem do Correio Braziliense é um "um absurdo sem precedentes". O ex-deputado disse que a tentativa de envolver o seu nome com a CPMI foi a tentativa "mais rasteira" de desqualificar a sua candidatura à Prefeitura de São Paulo, na qual o candidato aparece tecnicamente empatado com José Serra em primeiro lugar.
O presidente da CPI do Cachoeira, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), elogiou a postura do candidato diante das denúncias envolvendo seu nome.
— A Comissão tem sido marcada pelo direito da ampla defesa de qualquer envolvido. Tão logo surgiram citações a seu nome, o deputado [Russomanno] me procurou e se colocou a disposição da CPMI, fato para ser elogiado.
O candidato encaminhou ofício ao presidente da comissão colocando à disposição os seus dados telefônicos, bancários e fiscais. Ele também se dispôs a depor para prestar esclarecimentos.
Russomanno afirmou que pretende entrar na Justiça contra quem divulgou a matéria.
— Determinei a imediata providência judicial por nosso advogado, Dr. Everson Tobaruela, objetivando a instauração de investigação judicial eleitoral para apurar a prática de crime eleitoral e da prática criminosa dos divulgadores da matéria.
O candidato em São Paulo crê que a ação é fruto de seu bom desempenho nas pesquisas de intenção de votos.
— É só estar bem nas pesquisas para virar alvo, já sou alvo há muito tempo.
A CPMI retomará os depoimentos das testemunhas na próxima quarta-feira (8). A ex-mulher de Cachoeira deve ser ouvida no dia.