quarta-feira, 5 de setembro de 2012

'Eu incomodo os grandes partidos', diz Russomanno

O candidato à Prefeitura de São Paulo Celso Russomanno (PRB) afirmou, em entrevista exclusiva ao iG, que talvez não precise de apoio no segundo turno. "Eu não posso falar de alianças porque a gente não chegou no segundo turno ainda", afirmou o candidato, que, segundo a última pesquisa Datafolha, lidera com 35% das intenções de voto. Questionado sobre quem poderia se incomodar com o bom desempenho de sua candidatura, Russomanno afirmou: "Eu acho que incomodo os grandes partidos políticos que vem governando São Paulo e se alternando".
O candidato também comentou sobre o polêmico vídeo em que aparece "dando uma conferida" em uma morena durante uma reportagem para a televisão durante o carnaval. "Você assistiu aos vídeos? Eu cometi alguma irregularidade? Algo que não fosse natural? Todas as brincadeiras sem falar um palavrão, sem atentar contra o pudor de ninguém", afirmou Russomanno. "O ataque (divulgação do vídeo) teve a intenção de desmoralizar e só jogou a meu favor."
Ele afirmou também que não se pode misturar religião e política e que há uma tentativa de ligar seu nome à Igreja Universal do Reino De Deus. Ainda assim, o candidato reafirmou que se existisse uma igreja em cada quarteirão, "nós teríamos uma sociedade mais livre, mais justa". "As pessoas não matem e não robam, não é porque elas têm medo de ter preso, é porque elas têm uma religião".
Celso Russomanno disse que seu partido, o PRB, foi fundado por um "católico fervoroso", em referência ao ex-vice-presidente José Alencar, e que ele mesmo frequentou a Igreja Católica desde criança. "No meu partido, 80% é católico ou ligado a alguma coisa do catolicismo, 20% são evangélicos. Dos 20%, apenas 6% são da Igreja Universal", afirmou. "No meu partido, até os homossexuais têm espaço e são candidatos."
Questionado sobre o fato de ser desconhecido por grande parte da população, e do medo existente em parcela da sociedade sobre quais pessoas estão por trás dele, o candidato do PRB afirmou que "professores universitários da USP e de outras universidades" apoiam sua candidatura.
Instigado a dar um conselho a Fernando Haddad (PT), que hoje está coligado com Paulo Maluf (PP) - presidente estadual do antigo partido de Celso Russomanno - o candidato se negou a fazer comentários sobre o assunto. "Foi uma guerra judicial (com Paulo Maluf), uma atrás da outra. É só ver quantas ações judiciais foram trocadas dentro do PP. Só me mantive lá, porque obedeço a fidelidade partidária"