segunda-feira, 18 de abril de 2011

Jovem é espancado ao sair de boate gay em MS.

Um estudante de 21 anos foi agredido a chutes e socos depois que saiu de uma boate gay, em Campo Grande (MS). Antes, os agressores passaram de carro por ele e gritaram "veado", segundo registro policial feito pela vítima. O caso foi registrado como lesão corporal dolosa e o proprietário do veículo foi identificado.

L., que não quis se identificar temendo novas agressões, contou que tinha acabado de sair da boate, por volta das 4h de sexta-feira (15), e sentado na calçada, a poucas quadras do local, com um amigo, enquanto outro colega procurava um táxi. Um veículo preto passou por eles e os quatro ocupantes gritaram "veado". O carro parou e dois homens desceram correndo em direção ao jovem e ao seu amigo.

Eles tentaram escapar, mas L. tropeçou e caiu. Dois homens começaram a chutá-lo no rosto, costas e tórax. "Eu chorava, pedia para que eles parassem, perguntava por que eles estavam fazendo aquilo, eu não tinha feito nada para eles".

Em resposta, segundo o jovem contou à polícia, ouviu: "A gente não quer nem saber, você vai apanhar mais". Os agressores resolveram tentar alcançar o amigo de L, mas o perderam de vista e voltaram. O estudante apanhou novamente, desta vez, de três homens. "O pior de tudo eram as risadas, era tudo muito engraçado para eles", disse.

Os agressores entraram no carro e foram embora. L. conseguiu pedir ajuda a uma pessoa que passava pelo local e foi socorrido. O rapaz declarou que viu novamente o veículo preto voltando, passando por eles e acredita que iria apanhar pela terceira vez.

L. está com diversas escoriações pelo corpo e o rosto inchado. A mãe pediu para que ele não saísse de casa. "Eu demoro para dormir, fico lembrando das risadas, dos chutes, da perseguição, é horrível".

O caso de L. foi registrado como lesão corporal dolosa. Segundo a Polícia Civil, a pena prevista é de dois anos de prisão. Desde 2005, em Mato Grosso do Sul, existe lei administrativa que prevê sanções em casos de homofobia, que vão desde advertência, multa até R$ 3.000 e o veto à contratação do agressor em cargo no poder público.

O coordenador do Centro de Referência de Direitos Humanos e Combate a Homofobia, Leonardo Bastos, conta que, nos últimos dois anos, foram abertos 50 processos para apurar casos de discriminação e violência contra homossexuais.

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